Mercado
O
setor de call center fatura anualmente R$ 21 bilhões e emprega mais de um
milhão de empregados. As mulheres compõem 76,8% deste contingente. Por volta de
75% dos operadores possuem nível médio e 22% possuem nível superior. O tempo
médio inicial de treinamento nos call centers terceirizados é de três semanas e
meia, enquanto nos call centers próprios é de 5,4 semanas.
Cerca
de 80% das empresas situam-se no eixo Rio – São Paulo. Metade das centrais de
atendimento possui menos de 100 posições, 25% possuem entre 100 e 500 posições
e 25% possuem mais de 500 posições.
Devido
ao risco intrínseco ao negócio, recomenda-se a realização de ações de pesquisa
de mercado para avaliar a demanda e a concorrência. Seguem algumas sugestões:•
Pesquisa em fontes como prefeitura, guias, IBGE e associações de bairro para
quantificação do mercado-alvo;• Pesquisa a guias especializados e revistas
sobre o segmento;• Visita aos concorrentes diretos, identificando os pontos
fortes e fracos dos estabelecimentos que trabalham no mesmo nicho;•
Participação em seminários especializados.
Localização
A
localização do ponto comercial não representa o fator mais relevante de um
empresa de call center. Tanto que algumas companhias multinacionais contratam
serviços de call centers off shore (em outros países). Porém, como há um
emprego intensivo de mão-de-obra, deve-se optar por locais com fácil acesso a
meios de transporte público e pontos de alimentação. Alguns detalhes devem ser
observados na escolha do imóvel: • O imóvel atende às necessidades operacionais
referentes à localização, capacidade de instalação do negócio, possibilidade de
expansão, características da vizinhança e disponibilidade dos serviços de água,
luz, esgoto, telefone e internet?• O ponto é de fácil acesso, possui
estacionamento para veículos, local para carga e descarga de mercadorias e
conta com serviços de transporte coletivo nas redondezas?• O local está sujeito
a inundações ou próximo a zonas de risco?• O imóvel está legalizado e
regularizado junto aos órgãos públicos municipais?• A planta do imóvel está
aprovada pela Prefeitura?• Houve alguma obra posterior, aumentando, modificando
ou diminuindo a área primitiva?• As atividades a serem desenvolvidas no local
respeitam a Lei de Zoneamento ou o Plano Diretor do Município?• Os pagamentos
do IPTU referente ao imóvel encontram-se em dia?• A legislação local permite o
licenciamento das placas de sinalização?
Exigências
Legais e Específicas
Para
registrar uma empresa, a primeira providência é contratar um contador –
profissional legalmente habilitado para elaborar os atos constitutivos da
empresa, auxiliá-lo na escolha da forma jurídica mais adequada para o seu
projeto e preencher os formulários exigidos pelos órgãos públicos de inscrição
de pessoas jurídicas.
O
contador pode informar sobre a legislação tributária pertinente ao negócio.
Mas, no momento da escolha do prestador de serviço, deve-se dar preferência a
profissionais indicados por empresários com negócios semelhantes.
Para
legalizar a empresa, é necessário procurar os órgãos responsáveis para as
devidas inscrições. As etapas do registro são:• Registro de empresa nos
seguintes órgãos:o Junta Comercial;o Secretaria da Receita Federal (CNPJ);o
Secretaria Estadual da Fazenda;o Prefeitura do Município para obter o alvará de
funcionamento;o Enquadramento na Entidade Sindical Patronal (a empresa ficará
obrigada ao recolhimento anual da Contribuição Sindical Patronal);o
Cadastramento junto à Caixa Econômica Federal no sistema “Conectividade Social
– INSS/FGTS”;o Corpo de Bombeiros Militar.• Visita à prefeitura da cidade onde
pretende montar a sua loja (quando for o caso) para fazer a consulta de local;•
Obtenção do alvará de licença sanitária – adequar às instalações de acordo com
o Código Sanitário (especificações legais sobre as condições físicas). Em
âmbito federal a fiscalização cabe a Agência Nacional de Vigilância Sanitária,
estadual e municipal fica a cargo das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde
(quando for o caso);• Preparar e enviar o requerimento ao chefe estadual do
DFA/SIV, solicitando a vistoria das instalações e equipamentos.
As
empresas que fornecem serviços e produtos no mercado de consumo devem observar
as regras de proteção ao consumidor, estabelecidas pelo Código de Defesa do
Consumidor (CDC). O CDC, publicado em 11 de setembro de 1990, regula a relação
de consumo em todo o território brasileiro, na busca de equilibrar a relação
entre consumidores e fornecedores.
O
CDC somente se aplica às operações comerciais em que estiver presente a relação
de consumo, isto é, nos casos em que uma pessoa (física ou jurídica) adquire
produtos ou serviços como destinatário final. Ou seja, é necessário que em uma
negociação estejam presentes o fornecedor e o consumidor, e que o produto ou
serviço adquirido satisfaça as necessidades próprias do consumidor, na condição
de destinatário final.
Portanto,
operações não caracterizadas como relação de consumo não está sob a proteção do
CDC, como ocorre, por exemplo, nas compras de mercadorias para serem revendidas
pela casa. Nestas operações, as mercadorias adquiridas se destinam à revenda e
não ao consumo da empresa. Tais negociações se regulam pelo Código Civil
brasileiro e legislações comerciais específicas.
Alguns
itens regulados pelo CDC são: forma adequada de oferta e exposição dos produtos
destinados à venda, fornecimento de orçamento prévio dos serviços a serem
prestados, cláusulas contratuais consideradas abusivas, responsabilidade dos
defeitos ou vícios dos produtos e serviços, os prazos mínimos de garantia,
cautelas ao fazer cobranças de dívidas.
A
empresa também deve seguir a Lei 8.078/90 e o Decreto Federal 6.523/08 que
fixam normas gerais para o Serviço de Atendimento ao Consumidor – SAC, bem como
o Código de Ética do Programa de Auto-Regulamentação do Setor de Relacionamento
com Clientes e Consumidores, elaborado pela Associação Brasileira de
Telemarketing.
Em
relação aos principais impostos e contribuições que devem ser recolhidos pela
empresa, vale uma consulta ao contador sobre da Lei Geral da Micro e Pequena
Empresa (disponível em http://www.leigeral.com.br), em vigor a partir de 01 de
julho de 2007.
Estrutura
O
empreendedor necessita de uma estrutura simples para acomodar a central
telefônica e algumas estações de trabalho. Uma sala comercial de 50 m² é
suficiente para receber os clientes e acomodar os móveis e equipamentos, com
flexibilidade para ampliação conforme o desenvolvimento do negócio.
O
local de trabalho deve ser limpo e organizado. O piso, a parede e o teto devem
estar conservados e sem rachaduras, goteiras, infiltrações, mofos e
descascamentos. O piso deve ser de alta resistência e durabilidade, além de
fácil manutenção. Cerâmicas e ladrilhos coloridos proporcionam um toque
especial, enquanto granito e porcelanato oferecem luxo e sofisticação ao
ambiente. Tons claros são adequados para lugares pequenos, pois proporcionam a
sensação de amplitude. Texturas e tintas especiais na fachada externa
personalizam e valorizam o ponto.
Profissionais
qualificados (arquitetos, engenheiros, decoradores) poderão ajudar a definir as
alterações a serem feitas no imóvel escolhido para funcionamento da loja,
orientando em questões sobre ergometria, fluxo de operação, design dos móveis,
iluminação, ventilação etc.
Pessoal
O
fator humano é fundamental para o sucesso de uma empresa de call center. Por
ser, em sua maioria, o primeiro emprego de estudantes universitários, com 22
anos de idade na média, uma eficiente gestão de pessoal é imprescindível para o
crescimento profissional destes jovens.
Os
principais cargos de uma empresa de call center são:• Operador de telemarketing
(atendente de SAC ou operador de televendas): recebe e responde chamadas
telefônicas, solicitando informações sobre um serviço, produto, reclamações ou
compra. O operador de telemarketing registra informações no computador, fornece
informações aos clientes e promove produtos e serviços. Os principais
requisitos para a profissão são: comunicação verbal, habilidade de saber ouvir,
capacidade de lidar com clientes, conhecimento sobre os produtos e serviços da
empresa, conhecimento básico em informática e, em alguns casos, fluência em
outros idiomas. Deve utilizar boas maneiras ao usar o telefone, saber trabalhar
em equipe, ter poder de persuasão e manter-se calmo sob um ambiente de pressão.
Voz clara e boa audição são desejáveis. A remuneração fica entre R$ 550,00 e R$
700,00, adicionada de comissão quando há venda de produtos.• Monitor de
telemarketing: trabalha no back office do call-center, monitorando as ligações
dos operadores, verificando o padrão de qualidade e fornecendo dados para a
gestão da equipe. O monitor de telemarketing também auxilia na identificação de
oportunidades de treinamento e melhoria do processo, na realização de análise
de reclamações, no acompanhamento de métricas de elaboração de script de
atendimento e no registro de eventuais problemas e desvios de performance.
Necessita ter curso médio e o salário pode variar de R$ 1.000 a R$ 2.000,00.•
Supervisor de telemarketing: monitora, treina e acompanha uma equipe de
operadores. Suas principais funções são motivar a equipe, realizar reuniões
diárias de acompanhamento, determinar prazos, analisar relatórios gerenciais,
fornecer feedback, desenvolver programas de treinamento e atuar na resolução de
problemas. Necessita ter ou cursar nível superior e o salário pode variar de R$
1.000,00 a R$ 3.000,00.
Uma
característica marcante do setor é o turnover de funcionários. A profissão é
vista como temporária, o que dificulta a criação de vínculos mais profundos com
a organização.
A
qualificação de profissionais pode aumentar o comprometimento com a empresa,
elevar o nível de retenção de funcionários e melhorar a performance do negócio.
O treinamento dos colaboradores deve desenvolver as seguintes competências: • Capacidade
de percepção para entender e atender as expectativas dos clientes;• Agilidade e
presteza no atendimento;• Capacidade de apresentar e vender os serviços da
empresa;• Motivação para crescer juntamente com o negócio.
Deve-se
estar atento para a Convenção Coletiva do Sindicato dos Trabalhadores nessa
área, utilizando-a como balizadora dos salários e orientadora das relações
trabalhistas, evitando, assim, conseqüências desagradáveis.
O
empreendedor pode participar de seminários, congressos e cursos direcionados ao
seu ramo de negócio, para manter-se atualizado e sintonizado com as tendências
do setor.
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