2. Mercado
Mercado
Consumidor
O
mercado consumidor de alimentos congelados no Brasil apresenta demanda
fortificada e crescente, tendo por base a característica de praticidade destes
produtos, que já vêm cortados, limpos e pré-cozidos, bastando apenas fritá-los
ou aquecê-los para consumi-los. O ritmo atribulado do cotidiano e aumento do
poder aquisitivo do brasileiro, auxiliado pelas inovações de soluções e
variedade de produtos das indústrias do setor, juntamente com o barateamento de
equipamentos tecnológicos de aquecimento de alimentos, fez com que o volume da
procura por pratos congelados no país aumentasse 78,8%, entre 2004 e 2008,
conforme pesquisa do Instituto Nielsen publicada no portal da Associação
Brasileira de Supermercados em 2010. Além dos produtos mais comuns, como
salgados, empanados, hambúrgueres e massas, a linha de produtos congelados é
cada vez mais extensa, encontrando-se no mercado até mesmo frutas e vegetais
congelados.
Os
clientes diretos dos produtos de uma fábrica de alimentos congelados,
normalmente, são hiper e supermercadistas, comerciantes de menor porte “de
bairro”, restaurantes, lanchonetes, bares. Já o consumidor final são os
clientes e freqüentadores destes estabelecimentos ou ainda de uma loja de
comercialização própria da empresa.
Segundo
o banco de dados IPC Maps, elaborado pela empresa IPC Marketing com dados
divulgados por instituições oficiais, em 2011, o consumo com alimentação no
domicílio dos brasileiros foi de R$ 251,17 bilhões de reais, a segunda
categoria mais consumida depois de manutenção do lar, e R$ 121,38 bilhões com
alimentação fora do domicílio, totalizando o potencial de consumo de R$ 372,55
bilhões para gastos dos brasileiros com alimentação em geral. Quanto à
segmentação do mercado consumidor, dados de mesma fonte apontam que no
potencial de consumo no Brasil em 2011 para alimentação no domicílio,
destaca-se a participação das classes B e C com a soma de R$ 203,86 bilhões de
reais seguido da classe A com R$ 24,39 bilhões de reais em gastos com
alimentação no domicílio naquele ano. Em gastos com alimentação fora do
domicílio aponta-se a classe B como a mais representativa com 46,8% dos gastos
com essa categoria no país, seguida da C e A com respectivamente 30,64% e
17,74%. Dessa maneira, pode-se observar que no Brasil o perfil do consumidor
para os produtos da fábrica de alimentos congelados seria a população das
classes A, B e C, cujas faixas de rendimento familiar estão compreendidas entre
R$ 933,00 e R$ 14.366,00 reais mensais, conforme valores da Associação Brasileira
de Empresas de Pesquisa.
A
consciência ambiental destes consumidores é evidente e tende a aumentar à
medida que o tema sustentabilidade está cada vez mais em voga nas políticas
públicas e meios de comunicação. Existe interesse latente em saber como os
alimentos consumidos são produzidos, o que demanda das empresas de
processamento de alimentos, maiores cuidados e reações diante destas novas
expectativas, principalmente em torno da saúde e segurança do consumidor e
cuidados com o meio ambiente.
Mercado Concorrente
O
mercado concorrente atuante no Brasil apresenta-se bastante pulverizado e
diverso, desde a presença de grandes fabricantes de alimentos congelados que
atuam em todo o país, até pequenos produtores de pães e salgados congelados com
produção quase que artesanal para atendimento ao mercado local.
A
depender do modelo de negócios que a empresa escolher utilizar, com vendas a
supermercados, estabelecimentos de food-service ou diretamente ao consumidor
através de espaço próprio de vendas, fabricantes de diferentes portes e foco de
mercado podem surgir como concorrentes.
Caso
a fábrica deseje comercializar seus produtos diretamente ao consumidor em loja
própria, lanchonetes e bares, os concorrentes diretos neste caso poderão ser as
empresas de menor porte e locais, com produção principalmente de pratos
prontos, pães e salgados.
No
caso de estratégia de inserção no mercado de super e hipermercados e em
estabelecimentos franqueados de grandes redes de alimentação, deve-se atentar
às grandes corporações do mercado de congelados que atuam no país, a exemplo
das empresas catarinenses Brasil Foods (Sadia, Perdigão, Batavo), Gomes da
Costa e Seara, as paulistas Massa Leve, Wessel, Pratigel e Daucy, a alemã Dr.
Otker e a canadense McCain. O mesmo perfil de empresas que atende supermercados
pode surgir como concorrente no caso da empresa optar por atender o ramo de
restaurantes, no qual a matéria prima para as refeições servidas é comprada
preferencialmente crua e fresca, porém há opções para o segmento de congelados
principalmente em torno de linha de cortes de aves e bovinos, suínos e peixes,
batata, mandioca, polenta em palitos e vegetais congelados, com exceção dos
estabelecimentos que fazem parte de grandes redes de fast food, que têm a maior
parte de suas matérias primas congeladas.
As
políticas adotadas pela empresa relacionadas à sustentabilidade, quando bem
divulgadas através de ações de marketing ambiental que fortaleçam a imagem de
uma organização preocupada com as questões ambiental, econômica e social, podem
colocá-la em posição de destaque frente a seus concorrentes, já que o
consumidor moderno, principalmente das classes A e B, valoriza mais a marca e
paga mais pelos produtos de instituições preocupadas com estas questões. A
empresa também pode atuar considerando questões de sustentabilidade econômica
junto a seus concorrentes, através de ações de concorrência ética perante as
outras empresas que atuam no mercado.
Mercado
Fornecedor
Para
uma fábrica de alimentos congelados que deseja se instalar no país, os
principais fornecedores de insumos e material de operação são:
• Fabricantes de máquinas, equipamentos e
utensílios como balanças, panelas, batedeiras industriais, liquidificadores,
misturadores, formas para assar, fornos industriais, coifas, fritadeiras
industriais, câmaras frias, estantes de congelamento, bandejas para estantes de
congelamento, refrigeradores, mesas para produção, talheres, máquinas
empacotadoras, ventiladores e aparelhos de ar condicionado;
• Fornecedores de matéria prima como frutas,
verduras, vegetais, carnes, farináceos, laticínios, condimentos, óleos,
gorduras;
• Fabricantes de ingredientes e aditivos como
conservantes, estabilizantes, corantes, aromatizantes, leveduras, essências;
• Fabricantes de embalagens;
• Prestadores de serviço de assistência técnica
especializada para os equipamentos e máquinas;
• Fornecedores de mobiliário;
• Fornecedores de equipamentos de tecnologia da
informação;
• Fabricantes de produtos de limpeza;
• Fornecedores de material de expediente;
• Lojas de confecção de uniformes e aventais;
Quanto
à presença destas empresas no país, estão disponíveis fornecedores de
equipamentos de TI, fabricantes de produtos de limpeza, fornecedores de
material de expediente, lojas de confecção de uniformes e fornecedores de
mobiliário a nível local, já que estes não se configuram como fornecedores de
equipamentos ou materiais necessários para a boa qualidade do que se chama a
área principal do negócio da empresa, neste caso, a qualidade dos alimentos
congelados.
A
indústria de embalagens brasileira, responsável pelo fornecimento de
envoltórios de papel e plásticos para os congelados, possui produção que cresce
a taxas médias de 1,5% ao ano, e estima-se gerar R$ 46 bilhões em 2012, segundo
dados do estudo realizado pela Associação Brasileira de Embalagens e a Fundação
Getúlio Vargas em 2011. De acordo com os números do setor, dentre os materiais
utilizados para envoltórios de alimentos, as embalagens plásticas são as mais
representativas, demonstrado pelo ocorrido em 2011, quando o decréscimo na
produção de alimentos de 0,19% no país ocasionou numa queda de 2,67% na
produção de embalagens plásticas. As indústrias plásticas que atendem ao
segmento alimentício encontram-se pulverizadas em todo o país, porém há
destaque para a região sudeste e sul do Brasil. Os fornecedores de frutas,
verduras, legumes, carnes, farináceos, laticínios, condimentos, as principais matérias
primas dos alimentos congelados, configuram-se como mercados municipais,
sacolões e feiras livres, cooperativas de agricultores, frigoríficos,
atacadistas e grandes supermercados, enfatizando-se a maior disponibilidade
destes fornecedores e variedade de produtos oferecidos em maiores centros
urbanos.
Quanto
à disponibilidade de fornecedores de ingredientes e aditivos como conservantes,
estabilizantes, corantes, aromatizantes, leveduras e essências, segundo artigo
científico publicado em 2006 publicado no portal do Instituto Uniemp o mercado
de ingredientes e aromas é dominado por empresas multinacionais, com algumas
exceções que se encontram principalmente no sudeste do país. No caso de uma
empresa de pequeno porte destes ingredientes os mais utilizados são corantes,
leveduras e essências, os quais podem ser adquiridos junto aos mesmos
distribuidores de alimentos e grandes supermercados.
As
máquinas, equipamentos e utensílios de refrigeração e cozinha industrial mais
comuns e de menor custo, como balanças, panelas, liquidificadores, ventiladores
e aparelhos de ar condicionado, além dos materiais de aço inoxidável, como
formas para assar, mesas para produção, coifas, bandejas para estantes de
congelamento e talheres podem ser adquiridos em lojas de equipamentos e
utilidades para cozinhas industriais, disponíveis nas principais cidades do
país. A maquinaria mais pesada – fornos, batedeiras industriais, misturadores,
fritadeiras industriais, câmaras frias, estantes de congelamento,
refrigeradores, máquinas empacotadoras, por exemplo – pode ser fornecida pelas
próprias empresas fabricantes existentes no país, distribuidores ou as mesmas
lojas de equipamentos e utilidades para cozinhas industriais, que representam
diversas indústrias nacionais e importadas.
Levando-se
em consideração os elementos de sustentabilidade, no momento da escolha dos
fornecedores, pode-se priorizar a seleção de fornecedores locais como
organizações regionais, agricultores e cooperativas para que a economia da
região seja beneficiada com as atividades da empresa, uma prática socialmente
justa. Da mesma forma, a preocupação com o meio ambiente também deve ser levada
em consideração a partir da escolha por empresas cujas políticas e diretrizes
sociais e ambientais estejam alinhadas com as suas, como escolha por
fornecedores sustentáveis e certificados. A questão da sustentabilidade
econômica também deve ser observada nas negociações com os fornecedores, que
devem ser justas e apresentar viabilidade para ambas as partes do negócio.
3. Localização
No
momento da escolha do ponto para localização da empresa deve-se primeiramente
levantar a questão de como pretende ser sua configuração perante o mercado: se
somente atuar através de uma fábrica com vendas por distribuidores e atacado,
por exemplo, ou se contará ainda com um ponto comercial próprio para
comercializar seus produtos.
No
caso da atuação da empresa ser através de uma fábrica com vendas para
distribuidores e atacado, a região de localização da fábrica deve priorizar a
escolha por regiões periféricas aos municípios, as quais normalmente apresentam
opções de compra ou aluguel de espaço de custo mais baixo do que em bairros
residenciais e comerciais. Neste caso, não há necessidade de se localizar
próximo ao mercado consumidor, mas se deve atentar à escolha por um local que
tenha fácil acesso rodoviário para a chegada de fornecedores e transporte de
mercadorias.
Caso
a fábrica opte por possuir uma loja anexa ou um ponto comercial separado da
unidade de produção, para que os produtos possam ser comercializados, deve-se
dar preferência para instalação em zonas de grande concentração de pessoas,
localizada estrategicamente no caminho de volta do trabalho para casa das
pessoas, por exemplo. A escolha por bairros que tenham população residente e
trabalhadores locais com o perfil que se pretende atingir e a observância da
concorrência do local são outros fatores que podem acarretar em maior sucesso
do empreendimento.
Algumas
especificidades do imóvel devem ser observadas:
• As atividades a serem desenvolvidas no local
devem respeitar o Plano Diretor do Município;
• A planta do imóvel deve estar aprovada pela
Prefeitura do município;
• Custos de aquisição ou aluguel, impostos,
taxas, assim como os custos para adaptar o imóvel para a realização de
atividades de fabricação de alimentos congelados;
• Os pagamentos das taxas e impostos do imóvel
em dia;
• O imóvel atende às necessidades operacionais
referentes à localização, capacidade de instalação do negócio, possibilidade de
expansão, características da vizinhança e disponibilidade dos serviços de água,
luz, esgoto, telefone e internet.
• O ponto é de fácil acesso, possui
estacionamento para veículos, local para carga e descarga de mercadorias e
conta com serviços de transporte coletivo nas redondezas.
• O que a legislação local determina sobre o
licenciamento das placas de sinalização. A escolha de local para a localização
da empresa deve levar em consideração as questões de sustentabilidade cultural,
através da observância do perfil do bairro ou da região em que se pretende
instalar. Após a escolha do local, devem-se pesquisar as iniciativas ecológicas
realizadas no bairro para se inserir no programa.
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