4. Exigências Legais e Específicas
As
licenças para a abertura de uma empresa de marketing digital são as mesmas
exigidas para todos os outros novos empreendimentos: abertura de firma e
cadastro na junta comercial e perante a prefeitura. O processo de abertura da
empresa pode ser realizado por um contador, que levará o contrato até o
empreendedor. Pode ser uma firma única ou uma sociedade de no mínimo dois
sócios. O contador pode auxiliar o empresário a decidir que tipo de firma ela
será.
Recomendamos
consulta formal junto ao Conselho Regional de Administração, uma vez que a
atividade de marketing encontra-se relacionada nas áreas de atuação privativas
da administração, na Resolução nº 362, 2008, do Conselho Federal de
Administração.
Além
disso, para funcionamento regular, o empreendimento está sujeito à obtenção dos
registros exigíveis das sociedades empresárias em geral (esse é um procedimento
obrigatório para aqueles empreendedores que desejarem prestar serviços para
clientes corporativos, pela necessidade de emissão de nota fiscal de serviço).
Para
registro e legalização da empresa, é recomendável a contratação de um contador.
Ele irá elaborar os documentos constitutivos e realizar o registro junto aos
órgãos responsáveis:
- Junta Comercial
- Secretaria da Receita Federal (CNPJ)
- Secretaria Estadual da Fazenda
- Prefeitura do município para a obtenção do
alvará de funcionamento
- Enquadramento na Entidade Sindical Patronal (a
empresa ficará obrigada ao recolhimento anual da Contribuição Sindical
Patronal)
- Cadastramento junto à Caixa Econômica Federal
no sistema “Conectividade Social – INSS/FGTS”
Para
os empreendedores que desejarem instalar a sua empresa em imóveis comerciais,
deverão ser providenciadas:
- Vistoria do Corpo de Bombeiros Militar
- Visita à prefeitura da cidade onde se pretende
montar a empresa (quando for o caso)
A
legislação específica para a abertura de empresas segue as normas instituídas
pelo Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), que funciona como
órgão nacional destinado à supervisão, orientação, coordenação e normatização,
no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo, e as Juntas Comerciais
(JC) como órgãos de execução e administração dos serviços de registro no
Brasil.
No
site do DNRC(www.dnrc.gov.br) estão todas as normas, legislações vigentes e
endereços e telefones das juntas comerciais em todos os estados e no Distrito
Federal.
Para
se tornar um empreendedor/empresário, a pessoa deve observar os princípios
legais vigentes no Código Civil Brasileiro de 2003, dentre os quais se indica
que a idade mínima para constituir uma sociedade é de 18 anos e a idade para
emancipação varia dos 16 aos 18 anos, desde que não haja impedimento legal.
Para fins de orientação ao empreendedor, abaixo encontram-se alguns passos
importantes para abertura de uma empresa no Brasil:
1º
passo:
Localização:
É necessário definir a localização da empresa para que seja realizada uma
consulta prévia de endereço junto à administração municipal para verificar se a
atividade comercial é compatível (inclusive no que diz respeito a questões
ambientais)com a lei de zoneamento da região onde a empresa pretende se importante,
no momento da consulta, verificar se o imóvel está regularizado, isto é, se
possui Habite-se e se o IPTU está em dia.
2º
passo:
Nome
da empresa: Toda empresa deve ter um nome. Neste momento, o empresário escolhe
o nome de sua empresa e, na Junta Comercial ou no Cartório de Registro de
Pessoa Jurídica de seu município, efetua uma pesquisa para saber se o nome
escolhido já está registrado. Essa consulta é realizada em formulário próprio,
obtido na hora. É possível fazer esse tipo de consulta pela internet. É
importante verificar junto ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual se
o nome ou marca já estão patenteados.
3º
passo:
Contrato
Social e demais documentos Ainda na Junta Comercial ou Cartório de Registro de
Pessoa Jurídica, após a definição do nome da empresa, deverão ser apresentados
os seguintes documentos:
- Contrato Social ou Requerimento de Empresário
Individual ou Estatuto, em três vias
- Cópia autenticada do RG e CPF do titular e dos
sócios
- Requerimento Padrão (Capa da Junta Comercial
ou Cartório), em uma via
- FCN (Ficha de Cadastro Nacional), modelo 1 e
2, em uma via
- Pagamento de taxas por meio de DARF
O
Contrato Social é a peça principal na constituição de uma empresa. Nele são
identificados os objetivos da empresa, a composição societária e a forma jurídica
da sua constituição. São apresentados os deveres, os direitos e as legislações
aos sócios. Conforme o Estatuto da Micro e Pequena Empresa (LC 123/2006), não
há a necessidade da assinatura de um advogado nesse documento. Nos demais
casos, essa assinatura é obrigatória. Um contador ou um advogado podem auxiliar
o empreendedor no momento da assinatura do Contrato Social. Ao final dessa
etapa, será emitido o Número de Identificação do Registro da Empresa (NIRE),
necessário para cadastramento da empresa junto à Secretaria da Receita Federal,
que é o próximo passo.
4º
passo:
Cadastro
Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ): Com o NIRE em mãos, o empresário deve
registrar sua empresa junto à Secretaria da Receita Federal. Esse registro deve
ser efetuado exclusivamente pela internet,por meio de um programa específico.
Os documentos exigidos e que devem ser apresentados no momento do cadastramento
serão enviados por SEDEX para a Receita Federal. O número do CNPJ será
disponibilizado também pela internet. É de extrema importância, nesta fase, que
o empresário defina o porte de seu empreendimento e sua classificação, porque é
nesta etapa em que, dependendo da atividade exercida, o contribuinte poderá
optar pelo sistema de tributação simplificada, o SIMPLES. Uma visita à
Secretaria da Receita Estadual é útil para que se verifiquem os tributos que a
empresa deverá pagar e para que se efetue o registro nesse órgão, item
obrigatório para os setores do comércio, indústria e serviços de transporte
intermunicipal e interestadual, bem como os serviços de comunicação e energia.
A inscrição estadual é essencial para a obtenção da inscrição no Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Há casos em que essa inscrição
ocorre junto com a obtenção do CNPJ. No sítio da Receita Federal podem ser
encontrados os órgãos que possuem convênio.
5º
passo:
Alvará
de Funcionamento: O alvará de funcionamento, documento obtido junto à
prefeitura, à administração regional ou à secretaria da fazenda de cada
município, é o documento final que autoriza o funcionamento da empresa. Na
maioria dos casos, os documentos necessários são:
- Formulário próprio da prefeitura
- Consulta prévia de endereço aprovada
- Cópia do CNPJP
- Cópia do Contrato Social
- Laudo dos órgãos de vistoria, quando
necessário. Dependendo do tipo de atividade a ser exercida, é fundamental que
uma vistoria seja realizada no local. Essas vistorias são realizadas por
diversos órgãos, tais como corpo de bombeiro (vistoria obrigatória), vigilância
sanitária, órgãos ambientais e outros. É importante verificar se a atividade é
passível de licenciamento ambiental junto ao órgão responsável no município.
Quando o atendimento é realizado no próprio domicílio do empreendedor, a
obtenção do alvará de funcionamento é condicionada à declaração explícita dos
vizinhos de que a atividade não traz prejuízos à comunidade, autorizando o
funcionamento do estabelecimento.
6º
passo:
Cadastramento
na Previdência Social: Após realizar com sucesso as etapas anteriores, o
empresário já pode iniciar o seu tão sonhado negócio. Contudo, ainda há a
necessidade de cadastrar a empresa na Previdência Social em até 30 dias, mesmo
que não possua nenhum funcionário.
7°
passo:
Aparato
Fiscal: Para finalizar o processo de abertura e iniciar de forma legal o
negócio, o empreendedor deverá se dirigir à Secretaria de Estado da Fazenda
para solicitar a autorização para impressão das notas e dos livros fiscais. A
ajuda do contador, neste momento, é muito importante.
Agora
o negócio está apto a ser iniciado,uma vez que todas as necessidades sejam
cumpridas. É essencial lembrar que, a partir deste momento, a empresa deverá
cumprir outras obrigações de caráter fiscal, tributário, trabalhista,
previdenciário e empresarial.
O
novo empresário deve consultar o PROCON para adequar seus produtos às especificações
do Código de Defesa do Consumidor (LEI Nº 8.078 DE 11.09.1990).
Para
maiores esclarecimentos, orientações e auxílio, busque o Sebrae local mais
próximo.
Especial
atenção deve ser dada à acessibilidade das páginas eletrônicas, para que se
aumentem as chances do negócio e que sejam cumpridas as normas nacionais e
internacionais. Exige-se que todas as páginas na internet sejam acessíveis a
pessoas com necessidades especiais e disponibilizem áudio e outros recursos
para leitura e compreensão de todo o seu conteúdo. Maiores informações podem
ser obtidas no link http://www.acessobrasil.org.br/.
5.
Estrutura
A
estrutura para este tipo de empreendimento é bem simples e até compacta,
semelhante à de um escritório. É preciso que haja um local para trabalho com
computadores com acesso à internet, impressoras, mesas e cadeiras confortáveis,
boa iluminação para leitura e telefones.
Em
muitos casos, dependendo da legislação vigente em relação à localização,
pode-se estabelecer o negócio em alguma dependência da residência do
empreendedor. Mas, como sempre, tudo irá depender da expectativa de
atendimento.
O
tamanho do espaço recomendado é de aproximadamente 45m², divididos entre:
- Recepção, com um televisor e poltronas, para o
conforto do cliente que aguarda o atendimento;
- Local de atividade dos trabalhos, que poderá
ser divido ou não por baias e estações de trabalho.
O
local deve estar limpo e conservado. O piso, a parede e o teto devem estar
conservados e sem rachaduras, goteiras, infiltrações, mofos e descascamentos.
Sempre
que possível, deve-se aproveitar a luz natural. No final do mês, a economia da
conta de luz compensa o investimento. Luminárias e lâmpadas erradas podem
proporcionar efeitos indesejados como distorcer formatos, gerar sombras ruins,
escurecer alguns pontos, criar uma atmosfera desagradável e até prejudicar a
visão dos funcionários, uma vez que o serviço é efetuado diretamente com
computadores.
Profissionais
qualificados (arquitetos, engenheiros, decoradores) podem ajudar a orientar em
questões sobre ergometria, fluxo de operação, design dos móveis, iluminação,
ventilação, etc.
A
fachada da agência e a recepção podem auxiliar no processo de atração de
clientes e transmissão do conceito do empreendimento. Uma decoração interna
alegre e leve, com temas específicos, pode criar uma atmosfera lúdica ao
ambiente e encantar todos os tipos de clientes.
6.
Pessoal
O
segredo de uma agência de marketing digital é ter bom serviço e para isso é
necessário fazer boas contratações. O principal é ter profissionais
capacitados, que tenham conhecimentos técnicos da área, como um webdesign por
exemplo.
A
quantidade de pessoas a ser contratada esta relacionada ao volume de serviço ou
produto a ser ofertado pelo empreendedor.
Para
a estrutura sugerida, espera-se uma equipe com aproximadamente 5 funcionários:
um gerente (que pode ser o dono), um responsável pelo atendimento aos clientes,
que deve conhecer as soluções que a empresa possui e é o ponto focal das
negociações, uma pessoa para os serviços administrativos (que também pode ser o
dono), de duas a três pessoas para a execução dos serviços contratados.
Os
perfis dos profissionais e dos cargos são variáveis e podem ser:
- Web designers;
- Atendimento;
- Responsável pela arte e criação;
- Analistas de web;
- Analistas de comunicação e marketing.
Todos
os cargos acima mencionados são apenas indicativos e devem ser buscados de
acordo com a necessidade.
O
empresário desse ramo pode pensar em contratar free-lancers, isto é, pessoas
para fazerem serviços específicos, mas que não fazem parte da equipe de
funcionários, reduzindo assim os custos com pessoal.
A
qualificação e a criatividade dos profissionais são consideradas fatores chave
para o sucesso de uma empresa de marketing digital.
A
qualificação de profissionais aumenta o comprometimento com a empresa, eleva o
nível de retenção de funcionários, melhora a performance do negócio e diminui
os custos trabalhistas com a rotatividade de pessoal. O treinamento dos
colaboradores deve desenvolver as seguintes competências:
- Capacidade de percepção para entender e
atender as expectativas dos clientes
- Agilidade e presteza no atendimento
- Capacidade de apresentar e vender os serviços
da empresa, expandindo o consumo médio por canal
- Motivação para crescer juntamente com o
negócio
- O empreendedor pode participar de seminários,
congressos e cursos direcionados ao seu ramo de negócio para manter-se
atualizado e sintonizado com as tendências do setor.
Deve-se
estar atento para a Convenção Coletiva do Sindicato dos Trabalhadores nessa
área, utilizando-a como balizadora dos salários e orientadora das relações
trabalhistas, evitando, assim, conseqüências desagradáveis.
O
atendimento personalizado e qualificado é um item que merece a maior atenção do
empresário, procurando-se a manutenção e fidelização da clientela.
O
Sebrae da localidade poderá ser consultado para aprofundar as orientações sobre
o perfil do pessoal e treinamentos adequados.
7.
Equipamentos
A
definição do porte do negócio é fundamental para a aquisição dos equipamentos.
O novo empresário poderá decidir quais equipamentos utilizará, dentre os
citados a seguir:
- Microcomputadores completos de última geração,
pois irá trabalhar com gráficos, páginas na internet e conteúdos de
comunicação;
- Impressoras a jato de tinta e a lazer,
coloridas e preto e branco;
- Escâneres e equipamentos de fotografia e
filmagem digital;
- Linha telefônica;
- Uma impressora de cupom fiscal;
- Mesas, cadeiras, armários, de acordo com o
dimensionamento das instalações;
- Equipamento para recebimento através de
cartões de débito e crédito;
- Estantes/ prateleiras;
- Utensílios de escritório;
- Veículo utilitário – a critério do
empreendedor.
Ao
fazer o layout da empresa, o empreendedor deve levar em consideração a ambientação,
decoração, ventilação e iluminação. Na área externa, deve-se atentar para a
fachada, letreiros e estacionamento.
No
caso de uma empresa pequena, deve-se levar em consideração a necessidade de
todos os equipamentos acima especificados e o modelo/marca, pois existem dos
mais sofisticados aos mais simples. Antes de comprar os equipamentos, pense no
tipo de serviço e qualidade exigida pelo público-alvo para não gastar mais do
que o necessário ou ficar com ociosidade em excesso.
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