8. Matéria Prima/Mercadoria
A
gestão de estoques no varejo é a procura do constante equilíbrio entre a oferta
e a demanda. Este equilíbrio deve ser sistematicamente aferido através de,
entre outros, os seguintes três importantes indicadores de desempenho:
Giro
dos estoques: o giro dos estoques é um indicador do número de vezes em que o
capital investido em estoques é recuperado através das vendas. Usualmente é
medido em base anual e tem a característica de representar o que aconteceu no
passado.
Obs.:
Quanto maior for a freqüência de entregas dos fornecedores, logicamente em
menores lotes, maior será o índice de giro dos estoques, também chamado de
índice de rotação de estoques.
Cobertura
dos estoques: o índice de cobertura dos estoques é a indicação do período de
tempo que o estoque, em determinado momento, consegue cobrir as vendas futuras,
sem que haja suprimento.
Nível
de serviço ao cliente: o indicador de nível de serviço ao cliente para o
ambiente do varejo de pronta entrega, isto é, aquele segmento de negócio em que
o cliente quer receber a mercadoria, ou serviço, imediatamente após a escolha;
demonstra o número de oportunidades de venda que podem ter sido perdidas, pelo
fato de não existir a mercadoria em estoque ou não se poder executar o serviço
com prontidão. Portanto, o estoque dos produtos deve ser mínimo, visando gerar
o menor impacto na alocação de capital de giro. O estoque mínimo deve ser calculado
levando-se em conta o número de dias entre o pedido de compra e a entrega dos
produtos na sede da empresa.
As
principais matérias primas para as atividades de fabricação de alimentos
congelados são frutas, verduras, vegetais, carnes, farináceos, laticínios,
condimentos, óleos, gorduras, ingredientes e aditivos como conservantes,
estabilizantes, corantes, aromatizantes, leveduras, essências e embalagens para
envolver os produtos prontos. Portanto, os principais fornecedores de matéria
prima necessários ao projeto seriam os de alimentos e ingredientes como
distribuidores de alimentos resfriados e secos, sacolões, feiras livres,
cooperativas de agricultores, frigoríficos, e as indústrias de embalagens,
principalmente plástica e de papel. Conforme citado anteriormente na seção
mercado fornecedor, há disponibilidade destes fornecedores em âmbito nacional assim
como regional, possibilitando desta forma que o empreendimento conte com
matérias primas frescas, sem necessidade de manutenção de grandes estoques, e
soluções variadas e personalizáveis de embalagens para seu produto acabado.
Considerando-se
que a percepção do cliente sobre o produto gira em torno da qualidade do
alimento congelado agregando questões como variedade de sabores e pratos,
praticidade da embalagem para preparo e preço a ser pago pelo produto, os
cuidados do empresário vão desde decisões internas, como escolha dos
fornecedores e design das embalagens, passando pelo processo produtivo como o
cuidado na manipulação dos alimentos, à supervisão de questões que não dependem
da empresa, como a disposição dos produtos nos pontos de venda. Todo este ciclo
é que agregará valor ao negócio e fará com que a escolha do cliente seja pelo
produto de sua fabricação ou de um concorrente.
Na
escolha das matérias primas para a produção dos alimentos, a fim de atuar como
um agente participante de uma cadeia ambientalmente sustentável, pode-se optar
por fornecedores de matéria prima orgânica, principalmente frutas e verduras
sem agrotóxico e leite orgânico. Outra ação de responsabilidade para com a
saúde da população pode ser a opção de reduzir a utilização por conservantes,
corantes, acidulantes, que consistem em produtos artificiais para que os
produtos se conservem por mais tempo, tenham uma cor mais atraente ou
modificadores de sabor, por exemplo.
Para
que a empresa posicione seus produtos como sustentáveis, os cuidados que devem
ser seguidos giram desde a composição da ficha técnica dos pratos e alimentos a
serem produzidos para congelamento, escolha dos fornecedores, a
sustentabilidade do processo produtivo, opção pela embalagem, até o meio de
transporte utilizado pela empresa ou por seus distribuidores para colocar o
produto a disposição de seus consumidores. O processo ideal para que a fábrica
de alimentos congelados se configure como sustentável é longo e demanda cautela
além da observação de detalhes, porém, a configuração sócio ambientalmente
responsável da empresa, quando de conhecimento público, seguramente agrega
valor aos produtos.
A
seguir estão relacionadas informações de alguns fornecedores de matérias-primas
no país:
Castor
Hortifruti
Endereço:
Av. Gastão Vidigal, 1946, Pavilhão AMI, Box 46 - Vila Leopoldina. São Paulo,
São Paulo - Cep: 05316-900
Telefone:
(11) 3643-9777/ 3643-9778
Site:
http://www.castoralimentos.c om.br/index.html
Makro
Atacadista (76 lojas no Brasil)
Endereço:
Avenida Morvan D. Figueiredo, 3231 – Vila Maria. São Paulo, São Paulo. Cep:
02063-901
Telefone:
(11) 2902-4500 Site: http://www.makro.com.br
Zamboni
Distribuidora
Endereço:
Avenida Franklin Roosevelt, 115 – Centro. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro Cep:
20091-005
Telefone:
(21) 3511-9350
Site:
http://www.zamboni.com.br/
DB
Brasil Distribuidor Food Service
Endereço:
QS 05 Rua 300 Lote 11 - Águas Claras. Taguatinga, Distrito Federal Cep:
71961-540
Telefone:
(61) 3031-1400 Site: http://www.dbbrasil.com
Starpack
Plásticos
Endereço:
Al. Joaquim Eugênio de Lima, 696, conjunto 93/94 - Jd. Paulista. São Paulo, São
Paulo.
Cep:
01403-000 Telefone: (11) 3149-5555
Site:
http://www.starpackplastic os.com.br/index.html
Embalagem
Ideal
Endereço:
Avenida Guarapiranga, 586, prédio 5, conjunto 133 – Jardim São Luis. São Paulo,
São Paulo
Cep:
04902- 005 Telefone: (11) 5518-3818
Site:
http://www.embalagensflexiveis.com .br/
9. Organização do Processo Produtivo
O
processo produtivo de uma fábrica de alimentos congelados pode ser dividido nas
seguintes etapas:
• Compra da matéria prima;
• Rotulagem e estocagem da matéria prima;
• Produção de alimentos;
• Congelamento ou resfriamento dos alimentos
produzidos acondicionados em embalagens ou diretamente em bandejas de
congelamento/resfriamento;
• Inserção dos produtos em embalagem final;
• Armazenagem dos produtos prontos para venda;
• Distribuição dos produtos para os canais de
distribuição e venda. Esta etapa pode ser realizada pela empresa ou pelos
próprios distribuidores e deve ocorrer utilizando-se veículos adequados que
permitam a conservação da temperatura e qualidade dos produtos.
A
fim de minimizar o impacto ambiental causado durante o processo produtivo de
fabricantes de alimentos é pertinente que, além do consumo racional de insumos
utilizados no processo, as organizações invistam em sistemas de captação da
água da chuva para utilização em sanitários e limpeza de piso ou ainda
considerem o tratamento e reutilização de efluentes das etapas do processo
produtivo.
Uma
ação que pode ser adotada é o descarte ecologicamente correto do óleo utilizado
no preparo dos alimentos através da contratação de empresas que realizam o
serviço de coleta de óleo vegetal, aplicando para este resíduo a destinação
correta ao seguir todas as normas e exigências ambientais pertinentes, o que
evita seu depósito em pias que acabam por entupir as tubulações e agredir o
meio ambiente ao chegar ao local de destinação final da rede, muitas vezes o
oceano. A contratação de empresas que coletam a matéria orgânica restante do
processo para fins de compostagem, também surge como interessante alternativa
para reduzir o impacto ambiental causado pelas atividades da organização.
Outra
questão a ser considerada é a adoção de embalagens recicláveis para armazenagem
dos produtos para venda, como embalagens plásticas ou de papel, que consistem
nos materiais de mais rápida decomposição no ambiente e que podem ser
utilizados mais facilmente em processos de reciclagem para transformação em
outros materiais.
10.
Automação
Uma
empresa informatizada tem grandes chances de obter destaque perante seus
concorrentes à medida que seus processos são facilitados, uma vez que a tomada
da decisão é assegurada pelas informações contidas no software, a produtividade
aumenta e os gastos são diminuídos.
Para
as atividades da empresa, algumas soluções são conteúdo indispensável do
software a ser escolhido:
• Cadastramento de clientes e fornecedores;
• Controle do estoque e validade de produtos;
• Emissão de pedido a cozinha;
• Controle dos dados sobre faturamento/vendas,
gestão de caixa e bancos (conta corrente);
• Organização de compras e contas a pagar;
• Emissão de relatórios gerenciais;
• Outros.
Para
a escolha do software mais adequado para suas necessidades empresariais, o
empresário deve levar em consideração, além do conteúdo mínimo de necessidade
da empresa, outras questões como os custos e período da licença de
funcionamento, disponibilidade de serviço de manutenção e treinamento para
utilização do software além da credibilidade do fornecedor.
11.
Canais de Distribuição
Diferentes
canais de distribuição e venda podem ser utilizados para inserção no mercado de
um produtor de alimentos congelados, cuja escolha irá variar de acordo com as
estratégias traçadas pelo empreendedor, porte e capacidade produtiva da
empresa.
Uma
fábrica de alimentos congelados de pequeno porte pode optar por distribuir seus
produtos através de venda direta em estabelecimento próprio, realização de
entrega a domicílio ou ainda pela internet. Esta configuração mostra-se viável
aos iniciantes, pois não demanda uma quantidade elevada de produção e não
incorre em altos custos de operação.
No
caso de maior variedade de produtos oferecidos e maior capacidade produtiva,
pode-se utilizar de restaurantes, comerciantes “de bairro”, lanchonetes e bares
como canal de distribuição, o que gera maiores custos com operação,
principalmente com logística de distribuição e investimentos para aumento da
produção.
Para
atendimento a hiper e supermercados, a empresa deve contar com uma capacidade
produtiva elevada, que possa sustentar a alta e exigente demanda dos
consumidores, já que a concorrência serão as grandes corporações do mercado,
que possuem alta capacidade produtiva, grande variedade de produtos e preços
baixos. Além disso, os custos com marketing crescem exponencialmente à medida
que, além dos valores desembolsados para entrar em grandes redes varejistas,
deve-se investir também na promoção dos produtos para cativar o consumidor
final destes estabelecimentos.
12. Investimento
O
investimento inicial para as atividades de uma fábrica de alimentos congelados
dependerá de seu porte, da capacidade produtiva que se deseja trabalhar e da
escolha por aquisição de terreno e construção de unidade fabril ou aluguel de
espaço para as atividades.
Em
geral, para a abertura de uma fábrica de alimentos congelados de pequeno porte
no país estima-se o valor de investimento considerando-se os itens de custos de
abertura de empresa como as taxas pagas para registro e alvará, equipamentos de
tecnologia, maquinário, móveis e capital de giro inicial para aportar os gastos
antes do início das vendas, como contratação de funcionários, compra de estoque
inicial, materiais de propaganda e marketing, pagamento do primeiro aluguel do
local de instalação e obras para adaptação do imóvel. Dessa maneira, levando-se
em consideração um imóvel alugado de aproximadamente 100 m², o custo de
investimento para a abertura de uma fábrica de alimentos congelados gira em
torno de R$ 70.000,00.
Apesar
de algumas medidas utilizadas para diminuir o consumo de insumos (alimentos,
água, energia elétrica, produtos químicos) utilizados nas atividades de uma
fábrica de alimentos demandarem um investimento maior em máquinas e
procedimentos, é possível gerar um ganho posterior muito maior com a
possibilidade de aproveitar a imagem de empresa sustentável e ecologicamente
consciente. Isso porque principalmente a população dos grandes centros e das
classes A e B, e consequentemente as empresas que os atendem, acabam preferindo
produtos e serviços que apesar de mais caros, não agridem o meio ambiente,
respeitam a sociedade e a natureza. Como no caso dos produtos orgânicos, as
indústrias de alimentos que já possuem práticas sustentáveis são economicamente
viáveis.
13.
Capital de Giro
Capital
de giro é o montante de recursos financeiros que a empresa precisa manter para
garantir fluidez dos ciclos de caixa. O capital de giro funciona com uma
quantia imobilizada no caixa (inclusive banco) da empresa para suportar as
oscilações de caixa. O capital de giro é regulado pelos prazos praticados pela
empresa, são eles: prazos médios recebidos de fornecedores (PMF); prazos médios
de estocagem (PME) e prazos médios concedidos a clientes (PMCC). Quanto maior o
prazo concedido aos clientes e quanto maior o prazo de estocagem, maior será
sua necessidade de capital de giro. Portanto, manter estoques mínimos regulados
e saber o limite de prazo a conceder ao cliente pode melhorar muito a
necessidade de imobilização de dinheiro em caixa. Se o prazo médio recebido dos
fornecedores de matéria-prima, mão-de-obra, aluguel, impostos e outros forem
maiores que os prazos médios de estocagem somada ao prazo médio concedido ao
cliente para pagamento dos produtos, a necessidade de capital de giro será
positiva, ou seja, é necessária a manutenção de dinheiro disponível para
suportar as oscilações de caixa. Neste caso um aumento de vendas implica também
em um aumento de encaixe em capital de giro. Para tanto, o lucro apurado da à
necessidade do caixa. Se ocorrer o contrário, ou seja, os prazos recebidos dos
fornecedores forem maiores que os prazos médios de estocagem e os prazos
concedidos aos clientes para pagamento, a necessidade de capital de giro é
negativa. Neste caso, deve-se atentar para quanto do dinheiro disponível em
caixa é necessário para honrar compromissos de pagamentos futuros
(fornecedores, impostos). Portanto, retiradas e imobilizações excessivas
poderão fazer com que a empresa venha a ter problemas com seus pagamentos futuros.
Um fluxo de caixa, com previsão de saldos futuros de caixa deve ser implantado
na empresa para a gestão competente da necessidade de capital de giro. Só assim
as variações nas vendas e nos prazos praticados no mercado poderão ser geridas
com precisão.
O
montante a ser destinado para capital de giro da empresa deve levar em
consideração principalmente os valores a serem desembolsados na compra de
matéria prima e a periodicidade das compras, por ser esta ser a principal
relação de fornecimento que a fábrica possui, assim como o valor da folha de
pagamento da empresa, por ser um dos principais custos fixos incorridos da
operacionalização do negócio. Juntamente com a organização e estimativa destes
custos, é importante que se estime o faturamento que os clientes geram a
empresa semanal, mensal e bimestralmente, para que dessa maneira possa ser
reservado um valor monetário mais exato possível para a realização das
atividades da fábrica de forma financeiramente autônoma. O capital de giro
médio necessário para as atividades de uma fábrica de alimentos congelados,
conforme porte e produção anteriormente especificada é de cerca de R$
10.000,00.
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