sexta-feira, 5 de junho de 2015

Como montar um serviço de alimentos congelados - PARTE 5

14. Custos



 

Custos são gastos incorridos relacionados à produção do bem que a fábrica se propõe a realizar. Estes custos podem ser divididos em fixos e variáveis, sendo custos fixos os que ocorrem todos os meses independente da quantidade de alimentos congelados produzidos e custos variáveis os que ocorrem na proporção da quantidade produzida, ou seja, variam de acordo com o volume de produção.
Dentre os custos fixos podem-se considerar despesas com telefone, internet, aluguel, condomínio, água, luz, assessoria jurídica e contábil, marketing, manutenção e limpeza do local, salários, encargos sociais, dentre outros. Os custos variáveis compreendem os gastos com compras de todos os insumos do processo, como frutas, verduras, carnes, farináceos, laticínios, legumes, embalagens, gastos com logística para entrega dos produtos, além de impostos e despesas financeiras com cartões de crédito. Estima-se que os custos totais mensais de uma fábrica de alimentos congelados de pequeno porte giram em torno de R$ 12.000,00.

Devem-se observar algumas questões para que a relação entre receitas e custos possa resultar em um quociente positivo, dentre eles:
•  Negociar valores de insumos e prazos mais extensos para pagamento junto aos fornecedores;
•  Evitar gastos e despesas desnecessárias;
•  Manter equipe de pessoal enxuta;
•  Reduzir a inadimplência, através da utilização de cartões de crédito e débito. Uma mudança para uma fábrica de alimentos congelados sustentável implicaria na adoção de novos sistemas e alterações de certos processos. Apesar de representar gastos em equipamentos, que teriam que ser de alta eficiência energética, estas modificações resultariam ao longo do tempo na diminuição de custos variáveis como água e energia e também redução de gastos com compra de produtos de limpeza e inclusive de matérias primas alimentares, tornando o empreendimento ainda mais viável economicamente.


15. Diversificação/Agregação de Valor

Algumas idéias de diversificação do negócio em relação aos demais fabricantes de comidas congeladas podem tanger o aspecto da embalagem do produto, a funcionalidade do alimento ou as opções inovadoras de pratos oferecidos, o canal de venda utilizado para comercialização dos produtos e o que se deve despender maiores esforços, a sustentabilidade.
O mercado de congelados apresenta enorme variedade de alimentos do segmento fast food como salgados, pizzas, hamburgers, batatas fritas e lasanhas, porém há demanda crescente por alimentos que apresentem a praticidade do congelado, mas que também apresentem funcionalidade e uma alternativa de alimentação dietética e saudável. Nesse sentido, a agregação de valor pode vir através da substituição de gorduras nocivas como as trans-saturadas pelas benéficas como as do tipo ômega. Também pode agregar valor a elaboração de alimentos naturais, soluções para diabéticos ou inclusive produzidos com matérias primas orgânicas. Outra alternativa é a elaboração de congelados no estilo “prato pronto”, em que o produto consiste em um prato já composto por alimentos de diversos grupos alimentares, que proporcionarão uma refeição completa na questão dos nutrientes necessários (funcionalidade) e balanceada.
A diversificação dos pratos oferecidos também pode agregar valor aos produtos, podendo-se trabalhar com uma linha de alimentos congelados infantis, típicos de diferentes regiões do Brasil ou de distintos países do mundo, por exemplo, apostando na inovação para atrair os consumidores.
A embalagem também pode se tornar um diferencial competitivo pela questão visual, pela praticidade de preparo do alimento e por aspectos de sustentabilidade. A depender da idéia que o produto e a empresa desejam passar, pode-se adotar um design de embalagem que transmita a idéia de tradicionalismo que remeta ao conceito de comida caseira, ou um envoltório moderno e de estilo arrojado, que chame atenção do consumidor por diferenciar-se dos demais. A praticidade de preparo dos alimentos também deve ser levada em consideração na escolha do estilo e material da embalagem, já que esta pode servir como recipiente para aquecimento em forno e microondas e também de prato para o consumo, sendo que envoltórios que permitem que o produto vá diretamente do freezer ao forno e depois à mesa mostram-se ainda mais interessantes do que as que somente servem de recipiente para quando o alimento está congelado.
A questão da sustentabilidade da embalagem é outro ponto que pode ser percebido como uma forma de agregar valor ao produto. Além do apelo da mídia pela questão ambiental, diversos municípios já realizam a coleta seletiva em que deve ser feita a separação de lixo seco e reciclável para coleta, o que acaba por conscientizar a população a optar por embalagens recicláveis no momento da compra de alimentos. Outra forma criativa de se posicionar no mercado é através da utilização de canais de venda que propiciem ainda mais comodidade e praticidade ao consumidor final como, por exemplo, a venda de pratos pela internet através de portal de compras no website da empresa ou encomendas por telefone que possibilitem o serviço de entrega expressa em domicílio e escritórios.
A partir da utilização de maquinário, processos e atividades que busquem reduzir os impactos ambientais na sociedade e no meio ambiente, como utilização de menos energia, tratamento eficaz dos resíduos e utilização de parte da matéria prima orgânica, pode-se gerar um grande valor agregado para a empresa assim como ocorre para os produtos orgânicos, cujos preços chegam a mais de 50% do produto comum. A questão da agregação de valor através do posicionamento sustentável da empresa deve ser seu foco perante o mercado, porém a sustentabilidade econômica somente ocorrerá se os clientes realmente receberem e perceberem o valor do produto pelo qual estão pagando, sem que sejam enganados com falsa propaganda. Para a efetividade deste posicionamento é imprescindível a consideração do retorno dos clientes sobre a questão “O cliente realmente recebe benefícios e percebe a diferenciação dos produtos sustentáveis em troca do que está adquirindo?”.


16. Divulgação






A depender do porte da empresa, da capacidade produtiva e do canal de distribuição escolhido para atingir seu público alvo, diferentes são as formas de divulgação dos produtos da empresa.
No caso de distribuição através de venda direta em estabelecimento próprio ou através de comerciantes “de bairro” a pequena indústria de alimentos congelados poderá se utilizar de panfletos a serem distribuídos de forma dirigida, em locais de grande circulação de pessoas próximos ao seu estabelecimento e ao comércio que possui seus produtos para venda, ou ainda entregues em escritórios e residências.
Caso opte por atender restaurantes, lanchonetes e bares, a empresa pode realizar publicações em revistas dirigidas ao setor, prospectar seus clientes através de telefonemas, emails e visitas, enviar amostras de seus produtos, ou até mesmo oferecer soluções de alimentos congelados personalizados para a necessidade do estabelecimento, não sendo necessários grandes esforços em divulgação para o consumidor final, ou seja, o cliente destes locais, já que os produtos da empresa servirão como insumos para o oferecido pelos restaurantes, lanchonetes e bares. Para atendimento a hiper e supermercados, a empresa deve possuir uma capacidade produtiva importante pela demanda por grandes quantidades, e caso se configure desta maneira, a divulgação deve ser voltada principalmente ao consumidor final, através de degustações nos estabelecimentos e iniciativas de marketing em rádio, outdoor, revistas, jornais, televisão e inserção da empresa em redes sociais. Independentemente do porte e do canal de distribuição que pretende utilizar, é indispensável para a empresa que possua um site na internet para identificação institucional e divulgação de produtos, o qual deve constar em listagens de sites de busca gerais e específicos para o ramo de alimentação.
As alternativas disponíveis para uma empresa do ramo de divulgação “verde” giram principalmente em torno do marketing por internet, através de site próprio, perfis para comunicação e promoções em redes sociais e e-mail marketing, por exemplo, que se configuram como maneiras de baixo custo, não poluentes e que consegue atingir como poucos outros meios um grande contingencial de pessoas.





17. Informações Fiscais e Tributárias

O segmento de ALIMENTOS CONGELADOS, assim entendido pela CNAE/IBGE (Classificação Nacional de Atividades Econômicas) 1096-1/00 como produção e comercialização de pratos prontos congelados à base de carnes, aves, peixes, vegetais, massas e de salgadinhos, poderá optar pelo SIMPLES Nacional - Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas ME (Microempresas) e EPP (Empresas de Pequeno Porte), instituído pela Lei Complementar nº 123/2006, desde que a receita bruta anual de sua atividade não ultrapasse a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) para micro empresa R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais) para empresa de pequeno porte e respeitando os demais requisitos previstos na Lei.
Nesse regime, o empreendedor poderá recolher os seguintes tributos e contribuições, por meio de apenas um documento fiscal – o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), que é gerado no Portal do SIMPLES Nacional (http://www8.receita.f azenda.gov.br/SimplesNacional/):

•  IRPJ (imposto de renda da pessoa jurídica);
•  CSLL (contribuição social sobre o lucro);
•  PIS (programa de integração social);
•  COFINS (contribuição para o financiamento da seguridade social);
•  ICMS (imposto sobre circulação de mercadorias e serviços);
•  INSS (contribuição para a Seguridade Social relativa a parte patronal).

Conforme a Lei Complementar nº 123/2006, as alíquotas do SIMPLES Nacional, para esse ramo de atividade, variam de 4% a 11,61%, dependendo da receita bruta auferida pelo negócio. No caso de início de atividade no próprio ano-calendário da opção pelo SIMPLES Nacional, para efeito de determinação da alíquota no primeiro mês de atividade, os valores de receita bruta acumulada devem ser proporcionais ao número de meses de atividade no período.
Se o Estado em que o empreendedor estiver exercendo a atividade conceder benefícios tributários para o ICMS (desde que a atividade seja tributada por esse imposto), a alíquota poderá ser reduzida conforme o caso. Na esfera Federal poderá ocorrer redução quando se tratar de PIS e/ou COFINS.
Se a receita bruta anual não ultrapassar a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), o empreendedor, desde que não possua e não seja sócio de outra empresa, poderá optar pelo regime denominado de MEI (Microempreendedor Individual) . Para se enquadrar no MEI o CNAE de sua atividade deve constar e ser tributado conforme a tabela da Resolução CGSN nº 94/2011 - Anexo XIII (http://www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/resolucao/2011/CGSN/Resol94.htm ). Neste caso, os recolhimentos dos tributos e contribuições serão efetuados em valores fixos mensais conforme abaixo:
I) Sem empregado
•  5% do salário mínimo vigente - a título de contribuição previdenciária do empreendedor:
•  R$ 1,00 mensais de ICMS – Imposto sobre Circulação de Mercadorias;

II) Com um empregado: (o MEI poderá ter um empregado, desde que o salário seja de um salário mínimo ou piso da categoria)
O empreendedor recolherá mensalmente, além dos valores acima, os seguintes percentuais:
•  Retém do empregado 8% de INSS sobre a remuneração;
•  Desembolsa 3% de INSS patronal sobre a remuneração do empregado.

Havendo receita excedente ao limite permitido superior a 20% o MEI terá seu empreendimento incluído no sistema SIMPLES NACIONAL.

Para este segmento, tanto ME, EPP ou MEI, a opção pelo SIMPLES Nacional sempre será muito vantajosa sob o aspecto tributário, bem como nas facilidades de abertura do estabelecimento e para cumprimento das obrigações acessórias.

Fundamentos Legais: Leis Complementares 123/2006 (com as alterações das Leis Complementares nºs 127/2007, 128/2008 e 139/2011) e Resolução CGSN - Comitê Gestor do Simples Nacional nº 94/2011.

  

18. Eventos







Feira Internacional de Alimentação Saudável, produtos Naturais e Saúde Evento: Anual
Cidade: São Paulo, São Paulo
Informações: (11) 2226-3100 E-mail: atendimento@francal.com.br Site: http://www.naturaltech.com.br

Congresso e Feira de Negócios em Supermercados
Evento: Anual
Cidade: São Paulo, São Paulo
Informações: (11) 3647-5300
E-mail: secretaria@eventosapas.com.br
Site: www.feiraapas.com.br


Congresso Internacional de Food Service
Evento: Anual
Cidade: São Paulo, São Paulo
Informações: (11) 3030-1383
E-mail: eventos@abia.org.br
Site: http://www.abia.org.br/cfs2012 /default.asp


Feira Internacional de Equipamentos, produtos e Serviços para Alimentação Fora do Lar
Evento: 1ª edição em 2012 Cidade: São Paulo, São Paulo Informações: (11) 3371-0900
E-mail: manstran@manstranfairs.com
Site: www.abraselspfoodserviceshow.c om.br

Expoembala Feira Internacional de Embalagens e Processos
Evento: Anual
Cidade: São Paulo, São Paulo
Informações: (11) 3893-1300
E-mail: comercial@expoembala.com.br
Site: www.expoembala.com.br

Fispal Tecnologia
Feira Internacional de Embalagens e Processos para as Indústrias de Alimentos e Bebidas.
Evento: Anual
Cidade: São Paulo, São Paulo
Informações: (11) 3598-7880 E-mail: visitante.ft@btsmedia.biz Site: www.fispaltecnologia.com.br

Feira de Produtos, Serviços e Equipamentos para Supermercados - EXPOSUPER Evento: Anual
Cidade: Joinville, Santa Catarina Informações: (48) 3223-0174 E-mail: contato@exposuper.com.br Site: http://www.exposuper.com.br





19. Entidades em Geral

Abia - Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação
Endereço: Av. Brigadeiro Faria Lima, 1478, 11º andar. São Paulo, São Paulo Cep: 01451-001
Telefone: (11) 3030-1353 Site: http://www.abia.org.br

Abrasel - Associação Brasileira de Bares e Restaurantes
Endereço: Rua bambuí, 20, conjunto 102 – Serra. Belo Horizonte, Minas Gerais Cep: 30210-490
Telefone: (31) 2512-1613
Site: http://www.abrasel.com.br

Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária
Endereço: SEPN 515, bl. B, Edifício Ômega. Brasília, Distrito Federal Cep: 70770-502
Telefone: (61) 3448-1000 Site: http://www.anvisa.gov.br

Ministério da Saúde
Endereço: Esplanada dos Ministérios, bl. G. Brasília, Distrito Federal Cep: 70058-900
Telefone: (61) 3315-2425
Site: http://www.saude.gov.br /p>

Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentação do Estado de São Paulo Endereço: Rua Conselheiro Furtado, 987 – Liberdade. São Paulo, São Paulo
Cep: 01511-001 Telefone: (11) 3273-7300
Site: http://www.fetiasp.com.br/

SBAN - Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição
Endereço: Rua Pamplona, 119, cj. 51. São Paulo, São Paulo
Cep: 01405-000
Telefone: (11) 3266-3399
Site: http://www.sban.com.br



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