Mercado
O
mercado do consumo infantil constitui uma excelente oportunidade de negócio quando
bem direcionado. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísca), em 2010, o Brasil possuía cerca de 52 milhões de crianças com menos
de 14 anos, ou 38% da população.
Parte
deste sucesso é atribuída a personagens de filmes, de desenhos animados e de
videogames. As crianças estão muito mais midiáticas, recebendo centenas de
mensagens diárias através do cinema e da televisão. Um estudo feito pela
consultoria Multifocus apontou que 99% das crianças assistem à televisão, 87%
ouvem rádio e 34% usam a internet.
Tal
fenômeno exerce influência no mercado de festas infantis, que promove a
decoração temática baseada em personagens da moda. Somente o setor de buffet
infantil movimenta mais de R$ 500 milhões por ano no Brasil, contando com cerca
de 1.100 empresas formalizadas, sendo 450 só na cidade de São Paulo. Por volta
de 170 novos buffets são construídos anualmente.
O
mercado de festas infantis fomenta um amplo número de segmentos especializados:
buffets, decoração, recreação, oficinas, personagens / fantasias, locação de
brinquedos, shows, foto e filmagem, lembrancinhas e convites.
Por
envolver muitos serviços, o setor é grande gerador de trabalho e renda. Algumas
casas especializadas se encarregam da organização de todos os detalhes, mas a
atividade exige a participação de vários terceirizados, como decoradores com
balões e temas infantis, salgadeiras, doceiras, garçons, copeiros, recreadores,
fotógrafos e animadores.
Porém,
este “boom” de festas infantis atraiu uma grande variedade de empresas,
acirrando a concorrência no mercado. A melhor alternativa para se destacar no
segmento ainda é apresentar um diferencial nos serviços prestados (preço,
atendimento, inovação).
Devido
ao risco intrínseco ao negócio, recomenda-se a realização de ações de pesquisa
de mercado para avaliar a demanda e a concorrência. Seguem algumas sugestões:
•
Pesquisa em fontes como prefeitura, guias, IBGE e associações de bairro para
quantificação do mercado alvo.
•
Pesquisa a guias especializados e revistas sobre festas infantis. Trata-se de
um instrumento fundamental para fazer uma análise da concorrência, selecionando
concorrentes por bairro, faixa de preço e especialidade.
•
Visita aos concorrentes diretos, identificando os pontos fortes e fracos dos
estabelecimentos que trabalham no mesmo nicho. Participação em seminários
especializados.
Oportunidades:
mercado em crescimento e diversidade de produtos
Com
o aumento do poder aquisitivo brasileiro nos últimos anos, em função do
crescimento econômico, a demanda por serviços de animação de festas infantis
tem aumentado consideravelmente. Muitos clientes desse setor são capazes de
gastar somas importantes para realizar o sonho dos filhos. O mercado de festas
é uma excelente alternativa de negócio, para o qual os novos investidores devem
estar cada vez mais capacitados, pois a boa gestão da empresa de animação pode
significar o seu crescimento e sua permanência no mercado.
Além
disso, diversificar os produtos e serviços oferecidos é muito importante.
Embora o mercado esteja cheio de animadores de festas infantis, cada um pode
buscar o seu diferencial e conquistar uma fatia do público. O famoso palhaço,
provavelmente não deixará de aparecer nas festas infantis, mas se junto com
ele, vier um malabarista que consiga encantar crianças e pais com sua
característica, é bem mais provável que haja a contratação destes para uma
próxima ocasião.
Artistas
com múltiplas habilidades sugerem economia, e é isso que o empreendedor deve
fazer do começo ao fim para garantir bons ganhos. O preço cobrado para a
contratação dos animadores de eventos infantis da empresa deve ser justo e
condizente com o investimento empregado. Se a sua intenção é fazer animações
para festas de pessoas que não se importam em gastar o que for para divertir
seus filhos e amigos, é bom que haja investimento em tecnologia. Caso não seja
assim, invista em opções mais simples e eficientes.
Ameaças:
concorrência com grandes empresas
Um
fator que pode ameaçar um pequeno empreendimento que trabalha com animação de
festas infantis é a acirrada concorrência, principalmente, com grandes
empresas. Atualmente, no Brasil, as empresas de grande porte costumam dar ao
cliente uma vantagem com relação ao pagamento realizando financiamentos
(pagamentos à prazo) bem estendidos. Essa vantagem faz com que, muitas vezes, o
cliente opte por estes empreendimentos tendo em vista a facilidade de
pagamento.
Para
superar esse problema, o pequeno empreendedor deve ter um controle de caixa e
um capital de giro que o permitam oferecer pagamentos à prazo aos seus
clientes. Certamente, o pequeno empreendedor não poderá oferecer exatamente os
mesmo prazos das grandes empresas, então, nesse caso é importante mostrar um
diferencial em termos de qualidade do produto oferecido e serviços prestados.
Para
“driblar” a concorrência é necessário acompanhar as novidades. Por isso, fique
sempre atento as tendências no ramo das festas que surgirão no decorrer do
caminho. Principalmente as voltadas para o público infantil, já que as
novidades estão sempre aparecendo. Procure sempre workshops, assista palestras
e faça cursos rápidos no setor das festas. Esse é um negócio que cresce cada
dia mais e se faz necessário estar sempre atualizado. Se for caso, procure um
consultor especializado no ramo que poderá orientá- lo.
Localização
A
localização é um aspecto determinante do sucesso do empreendimento. Segundo
pesquisa do SEBRAE realizada em 2005, a localização inadequada é responsável
pelo fechamento das portas de 8% das empresas antes de estas completarem quatro
anos de funcionamento. Especialistas no assunto avaliam que a escolha do ponto
adequado responde por até 25% do sucesso do comércio. Os principais pontos a
considerar são:
• O
preço do aluguel;
• A
compatibilidade entre o público local e o padrão de serviço a ser prestado: maior
renda, maior sofisticação; menor renda, menor preço;
•
Visibilidade: se não se sabe (ou se vê) que naquela localização existe o
prestador de serviço, não se vai lá atrás do serviço;
•
Conforto: se há necessidade de ir de carro, há que ter estacionamento; se a
expectativa é de haver picos de demanda (caso típico deste prestador de
serviços nos sábados, dia em que as pessoas normalmente resolvem seus assuntos
pessoais), o ambiente tanto do estabelecimento quanto da vizinhança deve ser
agradável.
Assim
sendo, uma boa localização é aquela que favorece o acesso das pessoas, com o
menor grau possível de dificuldade, ou próximo a rodovias para melhor escoar o
produto. Se o atendimento for destinado ao público em geral, é importante que o
empreendimento possua boa visualização em área de grande fluxo de pessoas,
próxima ao local de residência ou de trabalho do público-alvo.
Do
exposto acima e sendo um negócio de animação de festas infantis, a localização
do ponto comercial não é um fator determinante para o sucesso. Isto porque o
serviço sempre será prestado fora do estabelecimento, ou numa casa de festas,
ou na residência do cliente. Assim, a localização seria apenas para um local
destinado ao escritório, com espaço para guardar os equipamentos, móveis, fantasias
e brinquedos utilizados.
Caso
o empreendedor queira investir numa loja para divulgar seus serviços, deve-se
considerar alguns aspectos prioritários tais como a densidade populacional, o
perfil dos consumidores locais, a concorrência, os fatores de acesso e
locomoção, a visibilidade, a proximidade com fornecedores, a segurança e a
limpeza do local.
A
preocupação deve estar relacionada à facilidade de acesso aos diversos bairros
da cidade e à existência de mão de obra próxima à localização da empresa. É importante
considerar, também, a facilidade para aquisição de materiais a serem utilizados
durantes os serviços.
Tendo
em vista as características de uma empresa de animação de festa infantil outros
pontos relevantes que devem ser levados em consideração para que seja
estruturada a empresa são:
• O
imóvel atender às necessidades operacionais referentes à localização,
capacidade de instalação do negócio, possibilidade de expansão, características
da vizinhança e disponibilidade dos serviços de água, luz, esgoto, telefone e
internet;?
• O
ponto ser de fácil acesso, possuir estacionamento para veículos, local para
carga e descarga de mercadorias e contar com serviços de transporte coletivo
nas redondezas;
• O
local não deve estar sujeito a inundações ou próximo a zonas de risco;
• O
imóvel deve estar legalizado e regularizado junto aos órgãos públicos
municipais;
• A
planta do imóvel estar aprovada pela Prefeitura;
• As
atividades a serem desenvolvidas no local respeitarem a Lei de Zoneamento ou o
Plano Diretor do Município;?
• Os
pagamentos do IPTU referente ao imóvel encontram-se em dia;?
• A
legislação local permitir o licenciamento das placas de sinalização;
•
Ser proximo a rodovias e vias de acesso para escoamento.
Exigências Legais e Específicas
Para
registrar uma empresa, a primeira providência é contratar um contador –
profissional legalmente habilitado para elaborar os atos constitutivos da
empresa, auxiliá-lo na escolha da forma jurídica mais adequada para o seu
projeto e preencher os formulários exigidos pelos órgãos públicos de inscrição
de pessoas jurídicas. O contador pode informar sobre a legislação tributária
pertinente ao negócio.
No
momento da escolha do prestador de serviço, deve-se dar preferência a
profissionais indicados por empresários com negócios semelhantes.
Para
legalizar a empresa, é necessário procurar os órgãos responsáveis para as
devidas inscrições. As etapas do registro são:?
•
Registro de empresa nos seguintes órgãos: Junta Comercial;? Secretaria da
Receita Federal (CNPJ);?Secretaria Estadual da Fazenda;? Prefeitura do
Município para obter o alvará de funcionamento;? Enquadramento na Entidade
Sindical Patronal (a empresa ficará obrigada ao recolhimento anual da
Contribuição Sindical Patronal).?
•
Cadastramento junto à Caixa Econômica Federal no sistema “Conectividade Social
– INSS/FGTS”.?
• Corpo
de Bombeiros Militar.?
•
Visita à prefeitura da cidade onde pretende montar a sua empresa (quando for o
caso) para fazer a consulta de local.
•
Obtenção do alvará de licença sanitária – adequar às instalações de acordo com
o Código Sanitário (especificações legais sobre as condições físicas).
Em
âmbito federal a fiscalização cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária;
no estadual e no municipal fica a cargo das Secretarias Estadual e Municipal de
Saúde, respectivamente (quando for o caso).?
Preparar
e enviar o requerimento ao Chefe do DFA/SIV do seu Estado, solicitando a
vistoria das instalações e equipamentos.
As
empresas que fornecem serviços e produtos no mercado de consumo devem observar
as regras de proteção ao consumidor, estabelecidas pelo Código de Defesa do
Consumidor (CDC). O CDC, publicado em 11 de setembro de 1990, regula a relação
de consumo em todo o território brasileiro, na busca de equilibrar a relação
entre consumidores e fornecedores.
O
CDC somente se aplica às operações comerciais em que estiver presente a relação
de consumo, isto é, nos casos em que uma pessoa (física ou jurídica) adquire
produtos ou serviços como destinatário final. Ou seja, é necessário que em uma
negociação estejam presentes o fornecedor e o consumidor, e que o produto ou
serviço adquirido satisfaça as necessidades próprias do consumidor, na condição
de destinatário final. Na maioria das vezes, os negócios envolvendo artigos
usados não possuem garantias contratuais e são baseados apenas em relações de
transparência e confiança.
Portanto,
operações não caracterizadas como relação de consumo não estão sob a proteção
do CDC, como ocorre, por exemplo, nas compras de mercadorias para serem
revendidas pela casa. Nestas operações, as mercadorias adquiridas se destinam à
revenda, e não ao consumo da empresa. Tais negociações se regulam pelo Código
Civil brasileiro e legislações comerciais específicas.
Alguns
itens regulados pelo CDC são: forma adequada de oferta e exposição dos produtos
destinados à venda, fornecimento de orçamento prévio dos serviços a serem
prestados, cláusulas contratuais consideradas abusivas, responsabilidade dos defeitos
ou vícios dos produtos e serviços, os prazos mínimos de garantia, cautelas ao
fazer cobranças de dívidas.
Em
relação aos principais impostos e contribuições que devem ser recolhidos pela
empresa, vale uma consulta ao contador sobre a Lei Geral da Micro e Pequena
Empresa
(disponível em http://www.leigeral.com.br), em vigor a partir de 01 de julho de
2007.
Estrutura
Entende-se
por estrutura o modo como o imóvel está planejado fisicamente, toda composição
que determina a aparência do ambiente, como o pé- direito (altura do pavimento
ao teto), a disposição dos cômodos e da iluminação.
Diversos
são os fatores que influenciam na estrutura de uma empresa de animação de
festas infantis. A questão, porém, é o empresário ter em mente qual será a
característica do serviço prestado, o foco de atuação e o porte. Toda a necessidade
será efetuada com base nessa capacidade inicial esperada, na quantidade de
atendimentos a serem realizados.
Para
este tipo de trabalho, o empreendedor necessita de uma estrutura simples para
acomodar o material necessário para a animação das festas. Uma sala de 50 m² é
suficiente para guardar os equipamentos, cenários e fantasias utilizadas pelos
artistas. A parede e o teto devem estar conservados e sem rachaduras, goteiras,
infiltrações, mofos e descascamentos. O piso deve ser de alta resistência e durabilidade
e de fácil manutenção.
A
fachada do empreendimento e a recepção podem auxiliar no processo de atração de
clientes e transmissão do conceito da empresa. Uma decoração interna alegre e
divertida, com temas de personagens infantis, pode criar uma atmosfera lúdica
ao ambiente e encantar papais e mamães.
Outros
profissionais qualificados (arquitetos, engenheiros, decoradores) poderão
ajudar a definir as alterações a serem feitas no imóvel escolhido para
funcionamento da loja, orientando em questões sobre ergometria, fluxo de
operação, design dos móveis, iluminação, ventilação, etc.
Na
grande maioria, as empresas possuem estrutura simples, com apenas um pequeno
escritório para receber os clientes, fazer a contabilidade e os pagamentos e um
espaço suficiente para depósito dos materiais.
Pense
em ambientes onde possam ser aproveitadas, quando couber, luz e ventilação
natural, evitando custos desnecessários.
Dica:
uma estrutura sustentável
A
popularização dos termos “orgânico”, “consciência ecológica” e
“sustentabilidade” já se faz também presente nas estruturas das empresas mais
modernas, principalmente no mercado internacional. Nesse sentido, uma opção de
estrutura em consonância com estas tendências alia espaços agradáveis, produtos
de boa qualidade e ao mesmo tempo ecologicamente corretos. Para tanto, a planta
arquitetônica da empresa é desenvolvida estrategicamente buscando minimizar o
impacto ambiental, e especialmente:
a.
Maximizar a utilização da luz solar, reduzindo a necessidade de energia;
b.
Promover adequado e fácil acesso às áreas e processos de reciclagem de
materiais; e
c.
Facilitar uma possível expansão física do espaço quando do crescimento da
operação da empresa, evitando obras desnecessárias e utilização excessiva de
materiais de construção.
Também
indica-se pensar em uma estrutura física de fácil deslocamento por pessoas
portadoras de necessidades especiais.
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