sábado, 6 de junho de 2015

Como montar um serviço de aluguel de mesas e utensílios para eventos - PARTE2

2. Mercado







Não há informações disponíveis sobre o tamanho do mercado de aluguel de mesas e utensílios para eventos, porém seu tamanho e oportunidades estão diretamente ligados ao mercado de eventos no Brasil, que envolve vários segmentos diversificados, que vão desde organizadores de eventos, bufês, recepcionistas, montadoras, serviços gerais, locação de mão de obra temporária, locação de equipamentos, iluminação, sonorização, fotografia, filmagens e etc.

Estima-se que a organização de um grande evento envolva até 126 categorias profissionais entre recepcionistas, eletricistas, designers, promotores, montadores e outros, que fazem parte de diversos tipos de empresas.

Segundo a Embratur – Empresa Brasileira de Turismo, a indústria de eventos movimentou no Brasil R$ 209,2 bilhões em 2013, valor equivalente a 4,32% do PIB (Produto Interno Brasileiro). Na comparação com 2001, quando a renda anual da indústria de eventos foi de R$ 37 bilhões, houve um crescimento de 465%.

Os dados são de uma pesquisa contratada pelo Sebrae em parceria com a ABEOC, realizada pelo Observatório de Turismo da Faculdade de Turismo e Hotelaria da Universidade Federal Fluminense.

O estudo Sebrae/Abeoc Brasil mostra que em 2013 o Brasil sediou 590 mil eventos, 95 deles nacionais e metade realizados nos Estados da região Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo), a mais populosa do país. No total, esses eventos contaram com a participação de 202,2 milhões de pessoas, que gastaram, em média, R$ 161,80 por dia, somando gastos anuais de R$ 99,3 bilhões.

A renda total da indústria de eventos é composta pela soma dos gastos feitos pelos participantes de feiras, congressos e outros eventos, pela receita gerada com a locação dos espaços destinados a esses encontros e pelo faturamento das organizadoras de eventos. De acordo com o estudo, a estrutura disponível no Brasil para realização de eventos conta com 9.445 espaços para feiras, congressos e eventos de diversas naturezas, totalizando uma área de 10,2 milhões de metros quadrados e 9,2 milhões de assentos.

Em dez anos, o número de congressos e convenções de negócios internacionais realizados no Brasil cresceu 408%. Entre 2003 e 2013, o total de eventos internacionais passou de 62 para 315, conforme os dados do ICCA. No mesmo período, o número de cidades que sediaram eventos internacionais subiu 145%, passando de 22 para 54 e ainda há muito espaço para o crescimento do setor. Crescimento que beneficiou o Brasil, mas ajudou também os países latino-americanos. De 2003 a 2013, o número de eventos na região registrou alta de 163%, passando de 459 para 1.209, já o crescimento global foi um pouco menor: 98%. Na América do Norte, a alta foi de 45%.

No continente Americano, como sede de eventos internacionais, o Brasil perde apenas para os Estados Unidos, que recebeu 829 eventos em 2013, segundo dados do ICCA. Os 315 eventos realizados em 2013 trouxeram ao país cerca de 126 mil visitantes de outros países, gerando um movimento de US$ 137 milhões.

As expectativas para os próximos anos em relação ao segmento são promissoras. Além do trabalho desenvolvido pela Embratur nos últimos anos para captar esses eventos para cidades brasileiras, os grandes eventos internacionais (Rio 2012, Copa das Confederações, Jornada Mundial da Juventude, Copa do Mundo 2014 e Olímpiada 2016) projetaram o Brasil no mundo e vão alavancar o mercado de eventos.

Por fim, os turistas de eventos estão entre os visitantes com maior nível educacional: 97% deles têm nível superior, conforme pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) para a Embratur. Ou seja, podem ajudar a ampliar a boa experiência que tiveram durante sua permanência no Brasil, contribuindo para divulgar o país como destino turístico internacional. Essa pesquisa mostra ainda que 64% dos entrevistados informaram que o fato de o evento ter sido realizado no país influenciou positivamente na sua decisão de participar. E, a exemplo dos visitantes que aqui estiveram durante a Copa, a maioria pretende retornar ao país.

Ranking País - Nº de eventos (2013) 1 - Estados Unidos - 829

2 - Brasil - 315
3 - Canadá - 290
4 - Argentina - 223
5 - México - 158
6 - Colombia - 139
7 - Chile - 110
8 - Perú - 64
9 - Uruguay - 62
10 - Panamá - 61


3. Localização

Definir a localização e escolher o imóvel para a instalação do negócio de Aluguel de Mesas e Utensílios para Eventos é uma das decisões mais importantes para o negócio. Para isso o empreendedor deve considerar a distância geográfica entre os diversos bairros da cidade, para viabilizar o planejamento da melhor rota de entrega dos móveis e utensílios no menor tempo possível e ao menor custo.

Para os empreendedores que se especializam em grandes eventos a localização da empresa deve considerar a maior proximidade dos centros de convenções, casas de festas e outros locais onde se concentram, normalmente, a realização de congressos, feiras e exposições.

Aluguel de mesas e utensílios para eventos é uma compra planejada, ou seja, o cliente pesquisa preço, atendimento, condições de entrega e qualidade, antes de realizar o fechamento do negócio. Os fatores que pesam na decisão pela contratação de uma empresa são: a qualidade do produto, a padronização, preço, prazo de entrega e atendimento.

Por outro lado, as condições de infra-estrutura existentes tais como: rua com facilidade de acesso, disponibilidade de internet com alta velocidade, energia elétrica estabilizada, serviços de água, esgoto e telefone, além de espaço adequado para carga e descarga no local onde será instalada a empresa são fatores fundamentais para essa atividade.


4. Exigências Legais e Específicas






É necessário contratar um contador profissional para legalizar a empresa nos seguintes órgãos:

- Junta Comercial;
- Secretaria da Receita Federal (CNPJ); - Secretaria Estadual de Fazenda;
-  Prefeitura Municipal, para obter o alvará de funcionamento;

-  Enquadramento na Entidade Sindical Patronal em que a empresa se enquadra (é obrigatório o recolhimento da Contribuição Sindical Patronal por ocasião da constituição da empresa e até o dia 31 de janeiro de cada ano);

-  Caixa Econômica Federal, para cadastramento no sistema “Conectividade Social – INSS/FGTS”;
-  Corpo de Bombeiros Militar.

Além do cumprimento das exigências anteriores, é necessário pesquisar na Prefeitura Municipal se a Lei de Zoneamento permite a instalação de empresa de aluguel de mesas e utensílios para eventos.

O Sebrae local poderá ser consultado para orientação.


5. Estrutura

A estrutura de uma empresa de aluguel de mesas e utensílios para eventos é bastante simples, composta basicamente pelas seguintes áreas:

-  área de atendimento ao cliente – negociação e venda;
-  exposição dos produtos para demonstrações;
-  depósito para móveis, utensílios e equipamentos;
-  escritório para a administração;
-  operação e gestão dos serviços.

É importante que a empresa tenha em suas instalações banheiros e uma copa para refeições rápidas.

A empresa deve ter espaço para estacionamento de caminhões, pois eles farão o frete dos produtos contratados para levar ao local do evento e também a sua devolução para a empresa.


6. Pessoal

A quantidade de profissionais está relacionada ao porte do empreendimento. Para uma empresa de aluguel de mesas e utensílios para eventos de pequeno porte pode-se começar com cinco empregados, sendo um atendente, um motorista, dois entregadores e um auxiliar de escritório.

O atendimento personalizado e qualificado é um item que deve merecer atenção especial do empresário, direcionando esforços para a manutenção e fidelização da clientela. Por essa razão o empresário deve contratar colaboradores que possuam as seguintes competências:

-  conhecimento das características essenciais relacionadas ao negócio, tais como: ornamentação, arranjos, estilo das peças, harmonia entre os componentes da estrutura do ambiente, tipos de eventos, conhecimento sobre diversos temas e etc;

-  cordialidade, paciência e atenção para identificar as necessidades e desejos dos clientes, fornecendo orientações que atendam essas expectativas;

-  agilidade no atendimento e disponibilidade para prestar informações e tirar dúvidas.

O empreendedor deverá participar de seminários, congressos e cursos direcionados ao seu ramo de negócio, para manter-se atualizado e sintonizado com as tendências do setor.

Deve-se estar atento para a Convenção Coletiva do Sindicato dos Trabalhadores no Comércio Varejista, utilizando-a como balizadora dos salários e orientadora das relações trabalhistas, evitando, assim, conseqüências desagradáveis.

O Sebrae da localidade poderá ser consultado para aprofundar as orientações sobre o perfil do pessoal e o treinamento adequado.


7. Equipamentos

São necessários os seguintes móveis e equipamentos:

Mobiliário para a área administrativa:

-  microcomputador completo 1 – R$ 1.600,00
-  impressora 1 – R$ 350,00
-  telefone 2 – R$ 180,00
-  mesas 2 – R$ 630,00
-  cadeiras 6 – R$ 660,00
-  armário para o escritório 1 – R$ 450,00
-  estante para o escritório 1 – R$ 590,00
-  conjunto de sofá para recepção 1 – R$ 900,00 Total mobiliário: R$ 9.360,00

Equipamentos para guarda e exposição de louças e utensílios

-  balcão de atendimento em L 1 – R$ 495,00
-  gôndolas de centro inicial c/5 prateleiras 02 – R$ 1.120,00
-  gôndolas de centro continuação c/5 prateleiras 08 – R$ 4.480,00
-  estantes 6 – R$ 1.800,00
-  computador 1 – R$ 1.600,00
-  impressora de cupom fiscal 1 – R$ 1.400,00
-  kit de segurança com 4 câmeras 1 – R$ 538,00
-  veiculo utilitário usado para entregas 1 – R$ 23.000,00
Total dos equipamentos: R$ 34.433,00

Sugere-se que o empreendedor inicie com o investimento de R$ 30.000,00, selecionando itens da relação abaixo, considerando seu mercado potencial. A decisão de investir mais, ou menos, dependerá das condições do novo empresário e de sua expectativa sobre a oportunidade identificada.

Itens

-  aparadouro;
-  artigos de decoração e iluminação;
-  balde para gelo;
-  balde para vinho;
-  bandejas;
-  baixelas e travessas;
-  castiçais;
-  cestos de lixo;
-  cinzeiros;
-  copos (água, cerveja, whisky, etc);
-  guardanapos de pano;
-  jarras;
-  panelas;
-  pirex;
-  porta doces e bolos;
-  pratos;
-  pufs;
-  rechauds;
-  saladeiras;
-  sopeiras;
-  taças (vinho, champanhe, etc);
-  talheres;
-  tendas;
-  tinas para gelo;
-  toalhas de mesa;
-  xícaras;
-  poltronas;
-  mesas (madeira, ferro e plástico);
-  cadeiras (ferro e plástico);
-  capas para cadeiras.

Observações importantes:

-  Neste quesito, considerando que a base da empresa é o patrimônio material, móveis e objetos de locação, há de se prever a realização de um seguro sobre os mesmos.
-  A empresa deve estabelecer controle rígido com a qualidade dos produtos que oferta, visto que será sempre solidário em demandas judiciais ocorridas em virtude de acidentes por falta de segurança nos itens locados.


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